COLÉGIO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS
Até fins de 1920 funcionava, em Alfenas, o “INSTITUTO TÉCNICO PROFISSIONAL DE ALFENAS”, dirigido pelo Sr. Eduardo.
As famílias alfenenses desejavam muito ter Irmãs aqui, para que suas filhas não precisassem estudar internas, em Taubaté (SP) ou em Campanha (MG), no afamado Colégio de Sion, como era costume.
Pediram aos Padres que arranjassem Irmãs para Alfenas e o Padre João Batista Van Rooyen pediu à Madre Geral das FILHAS DE NOSSA SENHORA DO SAGRADO CORAÇÃO; e, assim, por vontade expressa do povo de ALFENAS, vieram as seis primeiras Irmãs, em dezembro de 1920.
Estas, logo que chegaram, mesmo estando na SANTA CASA DE MISERICÓRDIA, pensavam em abrir um Colégio para moças.
Coincidentemente, o Sr. Eduardo desejava vender o seu Colégio.
O Padre João Batista trata das negociações, com a colaboração de uma Associação de leigos, composta por Senhores e fazendeiros abastados e com a ajuda dos fiéis. E, então, comprado o Estabelecimento de Ensino, do Sr. Eduardo.
Entre os compradores, havia o Dr. Cabral, Juiz de Direito, o Sr. João de Souza Sobrinho, Pai do Dr. Gilberto, seu irmão Antônio de Souza, o Dr. Gabriel de Moura Leite.
Assim, esses Pais tinham crédito com o Colégio e suas filhas poderiam estudar, graciosamente.
A 07 de fevereiro de 1921, findas as negociações, as Irmãs vão logo preparar a Casa. Uma semana depois são designadas para a ESCOLA NORMAL as Irmãs: Madre Maria Rennée, Ir. Maria Leona, Ir. Maria do Sagrado Coração. As outras três: Ir. Maria Anastásia, Irmã Hildegonda e Ir. Maria Júlia permanecem na SANTA CASA.
No dia 15 de fevereiro houve a bênção da Casa e a primeira Missa celebrada no Colégio.
Já a 1º de março de 1921 tem início as aulas.
Desde o princípio, as Irmãs mantinham o Jardim da Infância, como consta no “Diário da Comunidade”: – “No dia 03 de julho de 1992 foi a abertura do Jardim da Infância, com 14 (catorze) alunos matriculados, tendo dez se apresentado no primeiro dia.” No mesmo “Diário”: -“14 de março de 1929: “O Jardim da Infância funciona normalmente. ” É certo que, pelo menos, até 1935 existia esta classe de pequeninos, pois, o filho de Da. Georgina, irmã do Dr. Gilberto, acima citado, o garotinho Ogston, com seis anos, lá se matriculou, como afirma a mãe.
Lemos no “REGIMENTO ESCOLAR DO COLEGIO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS” o seguinte: -“O Colégio S. C. de Jesus passou a ser dirigido pelas “FILHAS DE NOSSA SENHORA DO SAGRADO CORAÇÃO” a 21 de fevereiro de 1921, mantendo o Curso Normal que, em 15 de fevereiro de 1924 foi equiparado à ESCOLA NORMAL MODELO DE Belo Horizonte, pelo Decreto 6507. Em 25 de abril de 1931, por dissolução da Sociedade que o mantinha, transferiu-se todo o patrimônio para a CONGREGAÇÃO DAS FILHAS DE NOSSA SENHORA DO SAGRADO CORAÇÃO: lavrada em cartório – Livro 47 folha 4 e v, e registrada em 27 de abril de 1931, livro 27, folha 4 e v. página 72, nº 490. ”
No dia 18 de outubro de 1921, o Deputado do congresso Mineiro, João Lisboa e o Cel. Luiz Rangel visitam o Colégio e assinam no registro. A 07 de outubro o projeto de aprovação foi reconhecido.
“A ESCOLA NORMAL DE ALFENAS” foi elevada ao nível de 2º grau, pelo decreto 770, a 11 de março de 1937. A 21 de fevereiro de 1947, foi reconhecida pelo Decreto 2.419. ”
O então Governador do Estado de Minas Gerais, Dr. Raul Soares, enviou a 23/05/1924 um telegrama, cumprimentando o Colégio, pela entrega de Diplomas à Primeira Turma de Normalistas. Três meses depois ele faleceu.
A princípio o Colégio funcionou no próprio prédio do Sr. Eduardo.
O contrato para a construção do atual prédio, foi firmado a 16/11/1928 e o lançamento da primeira pedra deu-se no dia 29 do mesmo mês. Em março de 1930 a construção terminava. Houve, então, a bênção do Colégio Sagrado Coração de Jesus.
“A partir de 1947, tem início o Ensino de 1º grau, reconhecido pelo Decreto Federal, nº 22 813/47, de 28 de março de 1947. ”
“Por força da Lei 5692/71, o Estabelecimento passou a dominar-se: “COLÉGIO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS DE 1º E 2º GRAUS. ”
Embora fosse ESCOLA NORMAL, até esta data, o costume era chamar a esse Estabelecimento de Ensino de COLÉGIO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS.
O Colégio funcionou, desde o princípio com regime de internato e externato e foi construído com essa intenção: dois enormes dormitórios, muitos banheiros, etc.
A primeira interna foi a Rute Corrêa e a primeira externa, para o 4º ano primário.
A primeira turma de normalistas: Olinta e Celina Monteiro da Silva, Delfina Coutinho, Elisa Sales Dias, que ingressou na Congregação e tem o nome de Irmã Maria Valéria. Antes da construção do colégio, as salas eram insuficientes para abrigar o grande número de alunas e havia salas de aula espalhadas pela cidade, por exemplo, no Fórum.
Em 1974 foi aberto o Curso Técnico de Enfermagem (2º grau) e chegou a diplomar uma turma.
Também neste ano teve início o Ensino Pré-escolar registrado: livro 01, folha 77, nº 234/76 – DEP SEC, de conformidade com a Portaria de 29/06/74.
Sobre o “Instituto Técnico Profissional de Alfenas”:
Nome completo do Diretor: Sr. Eduardo Daniel Ferreira Dias e sua esposa Da. Rita Ferreira Dias. Aberto de 1913, com os cursos: Normal, Comercial e Ginasial, diplomando a primeira turma em 1918.
Resolução 936/74 (26/08/74), reconhecido pela Portaria 397/76 (23/06/76) da Secretaria do Estado da Educação, conforme reza o REGIMENTO DO COLÉGIO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS.
DIRETORAS DO COLÉGIO SAGRADO CORAÇÃO
1ª. Madre Maria do Sagrado Coração
2ª. Madre Maria Raquel
3ª. Irmã Maria Silvana
4ª. Madre Maria José
5ª. Irmã Maria de Fátima
6ª. Irmã Maria Ângela
7ª Irmã Maria Jacinta Lima
8ª. Irmã Maria Fernanda
9ª. Irmã Maria Lezir
10ª. Irmã Maria Geralda Inácio
11ª. Irmã Maria Julita Seger
12ª. Ir. Gicélia Maria dos Santos
13ª Ir. Norma Helene Santos
Um pouco de sua História
O Colégio Sagrado Coração de Jesus, essa joia da nossa cidade de Alfenas, tem a sua história embasada no próprio desenvolvimento deste município. Completando um século de existência, é o orgulho dos que por ele passam, levando lições de vida na bagagem, verdadeiros ensinos de conteúdo cultural e, principalmente, espiritual.
Falar um pouco sobre este tradicional colégio, é traçar um painel de vidas simples, de pessoas comuns que souberam escrever bonitas páginas de amor à causa da educação, à causa do próximo.
Voltando à cronologia, iremos nos deparar com o prof. Eduardo Daniel Ferreira Dias e sua esposa Rita Cândida Ferreira Dias que, no ano de 1913, fundaram um Estabelecimento de Ensino, o “Instituto Técnico e Profissional de Alfenas” o qual, mais tarde, daria lugar ao Colégio Sagrado Coração de Jesus.
O tempo, grande sábio nesta escola que é a vida, foi rodando rapidamente e, aos 16 dias do mês de dezembro de 1920, o Brasil se orgulhava em receber as Irmãs Filhas de Nossa Senhora do Sagrado Coração, as quais vindas diretamente da França para a Santa Casa de Alfenas, iniciaram, no ano seguinte, suas atividades no campo da educação.
Em 20 de março de 1921, acontecia a inauguração oficial do Colégio como Escola Normal. Oito anos depois, tinha início a construção do atual prédio.
Enumerar o que este Estabelecimento de Ensino significa para a nossa cidade, seria recontar toda uma história de amor, dedicação, nobreza e distinção. A família alfenense está alicerçada nele; de suas salas de aula saíram mães e esposas, que dignificaram toda uma comunidade cristã. São muitos anos de formação, direcionados para o amor e a cultura.
Pioneira do ensino em Minas Gerais, a cidade de Alfenas teve e tem, num de seus pontos altos, o nome do Colégio Sagrado Coração de Jesus, que vem desempenhando, junto à população alfenense, um trabalho de formação religiosa e educativa, contribuindo dessa maneira, para a construção da História de nossa cidade.
Tudo o que é edificado sobre bases sólidas só pode crescer “firme e forte”.
A passagem bíblica, “A parábola do semeador”, grande lição dada pelo maior mestre de todos os tempos, Jesus, traz uma mensagem de ânimo cuja ideia central reside na questão de que cada um de nós que lançamos sementes em solo bom, teremos a certeza de colher bons frutos. Pois bem, foi este o exemplo seguido pelos pioneiros que abraçaram a causa pela edificação desta escola, talvez sem saber que ela iria se tornar tão significativa no contexto educacional desta região das Minas Gerais. E, aliando essa tradição à modernidade, chegou ao século XXI tendo vencido o maior dos desafios – o de ver seus alunos perfeitamente harmonizados com o Mundo.
Hoje, aos “Cem Anos” é reconhecida como “Escola Legal” e oferece os Cursos de Educação Infantil, Ensino Fundamental Anos Iniciais e Finais e Ensino Médio Integrado. Cursos devidamente autorizados e reconhecidos pela Secretaria Estadual de Educação de Minas Gerais. Buscando sempre educar com o Coração, propicia uma educação de excelência e qualidade, promovendo uma interação entre a escola, a família e a comunidade alfenense e cidades vizinhas.
Missão
Promover uma Educação fundamentada em Valores Cristãos, contribuindo para a formação da pessoa humana que atue na Sociedade de forma compassiva, justa, criativa e empreendedora.
Visão
Ser reconhecida como uma escola de excelência na abordagem de conteúdos e aprovações, buscando dentro de uma visão cristã, a formação integral do aluno.
Princípios
– A exemplo de Maria, ser no mundo o coração de Deus;
– Visão Cristã em todo o processo educativo;
– Educação Solidária que passe pelo coração;
– Compromisso com os necessitados;
– Valorização da vida e da biodiversidade;
– Atitude ética e valorização das relações interpessoais;
– Respeito à diversidade;
– Interação escola-família-comunidade;
– Práxis pedagógica para a construção da autonomia;
– Qualificação e competência profissional;
– Tecnologia a serviço da humanização.
As origens
As raízes fortes e fecundas que justificam esta obra valiosa, que é o Colégio Sagrado Coração de Jesus, em Alfenas, têm origem na Europa do século XIX. Duas personalidades: Padre Júlio Chevalier e Madre Maria Luiza Hartzer.
Quando pensamos um pouco sobre a grandeza do amor de Deus, observamos, de certa forma, que essas duas personalidades foram agraciadas pelo olhar divino no sentido de levar à frente o projeto de promover o bem ao próximo. Falar sobre eles, é discorrer sobre o amor em sua forma mais sublime: o olhar pelo outro!
Fundador Padre Júlio Chevalier
Padre Júlio Chevalier nasceu na França em 15 de março de 1824. Desde pequeno, foi consagrado a Nossa Senhora e alimentava por ela grande devoção. Foi educado também na devoção ao Sagrado Coração, que mais tarde, viria a ser a razão de sua vida.
Já no seminário, fez a experiência da ternura e bondade de um Deus que ama com um coração humano. Coração este, que se revela na figura de Jesus Bom Pastor. No desejo de que todos conhecessem a grandeza desse amor, fundou as Congregações dos Missionários do Sagrado Coração e, 20 anos mais tarde, as Filhas de Nossa Senhora do Sagrado Coração, com a finalidade de anunciar as insondáveis riquezas do amor de Deus, reveladas em Cristo, e levar todos os homens ao Pai, por Cristo, dedicando-se a aliviar todas as necessidades humanas, principalmente as dos mais pobres.
O tema-chave que se constitui como um lema, resumindo a razão da existência da escola é:
“Amado Seja por toda parte o Sagrado Coração de Jesus”.
Madre Maria Luiza Hartzer
Marie Louise Mestmann nasceu em 1837, em uma pequena cidade chamada Wissemburgo, no nordeste da França, bem perto da fronteira com a Alemanha. Seu pai era holandês e médico. Sua mãe era francesa e seu avô materno era alemão. Sua família era rica e muito católica. Ela ia à missa diariamente. Seu pai faleceu quando Maria Luíza tinha 17 anos. Ela buscou e encontrou em Maria, “conforto dos aflitos”, a consolação de que necessitava.
Quando completou 21 anos, 1858, Maria Luiza casou-se com Victor Hartzer que era um diretor de prisões. Eles tiveram dois filhos. Depois de 11 anos de casados, Victor caiu doente e ela cuidou dele com muita dedicação por vários anos.
Mudou-se para Strasbourg e continuou se dedicando à educação de seus filhos enquanto cuidava de sua mãe enferma. Maria Luiza passou momentos de muito sofrimento, porém buscava fortaleza na oração porque tinha muita fé em Deus.
Em 1870, a Alemanha e a França entraram em guerra trazendo-lhe muitas dificuldades, já que o lugar onde morava era terrivelmente atingido pela guerra. Foi durante este tempo, que seus dois filhos decidiram ser padres missionários do Sagrado Coração. Como Maria Luiza era assinante da revista Anais, foi através desse mesmo suporte que eles conheceram os Missionários do Sagrado Coração.
Em 1874, também através de Anais, Maria Luíza veio saber sobre a nova Congregação Fundada pelo Padre Júlio Chevalier, Congregação das Filhas de Nossa Senhora do Sagrado Coração de Issoundun.
Foi nessa ocasião, mais propriamente no dia 25 de março, 13 anos após a morte de seu esposo, que Madre Maria Luíza realizou seu sonho de ser um membro da família religiosa do Sagrado Coração. Há pouco menos de nove anos após seu ingresso, precisamente a 8 de dezembro de 1882, apesar de a Irmã ter recusado que ela ingressasse na irmandade, o Padre Júlio Chevalier a apresentou ao grupo como Superiora e Mestra das Noviças.
No dia 9 de setembro de 1884, Maria Luíza fez seus primeiros votos juntamente com outras quatro irmãs.
Pelo ano de 1888, ela já havia assumido plena responsabilidade pela formação das noviças e tomava decisões importantes para a vida da nova Congregação Filhas de Nossa Senhora do Sagrado Coração.
Considerações finais
Muito se fala em conceitos políticos e éticos ao longo da história da humanidade.
A necessidade de se governar uma nação com amor, seriedade e responsabilidade sempre foi quesito primordial básico para que qualquer líder conduza seu povo em condições justas, iguais para todos.
Nesse propósito, o colégio das irmãs, como é chamado em Alfenas, constitui-se como base significativa local já que, por meio da ética, procura os horizontes da razão sem deixar em segundo plano a emoção. Há nas diversas salas de aulas, alunos cujos pais talvez nem têm condições financeiras de manter seu filho pelos longos anos iniciais até o Ensino Médio, mas lá estão eles, fazendo jus a essa possibilidade, aproveitando esse tempo e respondendo de forma positiva a essa chance que lhes foi dada. São verdadeiras lições de vida, relatos reais de engrandecimento humano de crianças e jovens que tiveram e têm essa oportunidade.
Dentro dessa mesma proposta de amor, há outras formas de auxílio às pessoas menos favorecidas, trata-se da doação de cestas básicas que amenizam as necessidades primárias das famílias mais desprovidas; são crianças, idosos, doentes e desempregados assistidos pelas freiras que desempenham esse trabalho de dedicação e amor, elas vão atrás, conseguem provimentos e os distribuem aos mais necessitados, de forma discreta, no silêncio da fé, no coração generoso.
As orações dedicadas a Deus no intuito de agradecer e, ao mesmo tempo, pedir o olhar do Pai pelo mundo é outro ponto máximo dessa instituição educacional católica.
Um trabalho voltado pelas mais diversas causas sociais, num mundo dilacerado pela ganância e materialismo exacerbados, torna-se uma fonte de água pura no caminho árido: pão para quem tem fome; água para quem tem sede; palavras de conforto para quem tem tristeza na alma… essas feridas humanas são amenizadas por meio daqueles que se propõem a escrever páginas diferentes das que estamos acostumados a ler e é essa proposta que pulsa com extrema força, quando as filhas do Sagrado Coração de Jesus , com empenho e gratuidade, se colocam a serviço do outro.
Tendo por modelo as lições ensinadas pelos pioneiros padre Júlio Chevalier e Madre Maria Luíza Hartzer, as Filhas de Nossa Senhora do Sagrado Coração de Jesus seguem firmes em suas propostas de vida, deixando acesas as luzes do bem comum, guiadas pelo olhar de Deus. Com esse intuito, o Colégio Sagrado Coração de Jesus de Alfenas se propõe a avançar por outros centenários, driblando as dificuldades com amor, fé e, principalmente, esperança por um mundo melhor.